segunda-feira, 14 de julho de 2014

1º a.C. e até mais...

 
Primeiro dia após a copa das copas, rumo à Rússia
Carles: 500 conversas depois, você segue se sentindo faminto, está saciado ou um pouco saturado?
Edu: Saturado nunca, faminto também não. Satisfeito na maior parte.
Carles: Da minha parte, confesso, tive grande satisfação pela experiência inusitada - e não sei se é muita pretensão achar que o 500 aC conseguiu fomentar um pouquinho o debate sobre o futebol como esporte, expressão artística e cultural, vilão, jogo de interesses, etc. Nossas diferenças de perspectiva, de latitude e de humor mediadas pelo imediatismo de uma ferramenta de comunicação online não poderia ter produzido resultados mais surpreendentes. Ao menos para mim, foi. Desde o já  longínquo 4 de Fevereiro de 201, um ano e meio que incluiu ao  menos três gigantescos eventos esportivos. Qual é a grande transformação que você destacaria?
Edu: Na nossa perspectiva acho que transformamos em certeza a chance de ter colaborado nessa diversificação do debate com a ferramenta que temos – a palavra. Seria, sim, pretensioso considerar mais do que isso, mas também significaria uma cegueira completa ignorar a fidelidade e a participação de tanta gente que nos acompanhou nessa tertúlia de todos os dias. Algo conseguimos. Se a Copa do Mundo era a linha de chegada, também sabíamos que era preciso qualificar de alguma forma certas discussões e tentar 'clarear' equívocos no meio do caminho. Fomos testemunhas de falácias e injustiças, mas também retratamos aqui, como nossas modestas opiniões e análises binacionais, várias nuances sociais em torno desse evento esportivo que sacode o mundo a cada quatro anos. Não duvido de que algumas sementinhas ficaram.
Carles: É curioso que o grande inspirador do espaço tenha sido um inédito alinhamento entre planetas que arbitrariamente decidiu forjar uma rara circunstância: pela primeira vez na história a Seleção e La Roja se convertiam nos rivais a bater. O tempo provou que era só uma desculpa para transportar o prazer de uma conversa de boteco a um meio capaz de aumentar a roda à participação de novos e velhos amigos. Como parte da cultura e de muitas culturas, o futebol mudou nesse ano e meio, graças à intervenção de alguns e apesar de outros, mais desatentos ou preguiçosos. E por causa disso tudo, estão chegando outras mudanças como é o caso dos famosos rankings e dos status quo que certamente não vão passar despercebidas. Será que as musas do 500 aC aprenderam a lição?
Edu: Se os olhares estão no prumo e as cabeças dispostas sempre se aprende, né Carlão, e mais ainda se conseguirmos perceber a dinâmica desse jogo que nos serviu de pretexto. E falo tanto da dinâmica social e cultural quanto da esportiva. As seleções de futebol daqui e daí tiraram lições, ou ao menos espero que sim, bastante duras no padrão esportivo. E este país, que também já foi seu, passou por uma provação que é para poucos diante de tanta adversidade e intolerância, principalmente a intolerância interna. O 500 aC certamente está de alma lavada por ter enxergado desde o início que era possível.
Carles: Também não tem muito mérito, né Zé? Basta um pouquinho de discernimento na hora de escolher as fontes de informação e, na falta dele ou delas, diversificar, ler, assistir ou ouvir a quantidade máxima e mais variada de opiniões só para começar porque, depois disso, ainda falta processar tudo. É o que se chama opinião pessoal. Em resumo, e como se diz na minha terra, tener dos dedos de frente para entender a importância do momento histórico do que se está participando. E não me refiro só à Copa. Desde aqui nós percebemos a relevância das mudanças no Brasil da última década e sabemos que é só o começo, apesar de que, suspeitosamente, nem sempre as informações que nos chegam tenham a pluralidade desejada. Apesar desse cadáver esquisito informativo, os meios interessados na desqualificação deste lado da poça não encontraram muitos motivos e foram condenados a se divertir com a Copa.
Edu: Pois é, por 30 e poucos dias seres rastejantes de todas as espécies e tamanhos ficaram se divertindo na surdina, recolhidos em suas tocas. Mas, tudo bem, também eles têm direito e quem somos nós para tirar de alguém a oportunidade de viver momentos de lucidez e desfrutar da vida? Só sei que, nestas linhas, retratamos histórias de diversidade e encantamento, grandes personagens que saíram de heróis a vilões e vice-versa, mazelas e algumas bizarrices que fazem parte do jogo. E, enfim, falando em musas, peço licença ao compositor e poeta paulistano Paulo Tatit, que você conheceu bem do Grupo Rumo, autor da canção 'Bem Baixinho', inicialmente dirigida a alguma namorada, mas que no processo de criação virou uma declaração singela de apego ao país, bem a calhar para este momento: "Esta nação é assim com todo mundo/Grandalhona meio velha mas uma musa e tanto/E quando você menos espera ela diz 'estou livre outra vez!'"
Carles: É uma das minhas torcidas mais antigas. Nada é impossível e quando a gente menos espera… se até La Roja já tem uma estrela na camiseta…
Edu: É isso. Moscou que nos aguarde.

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domingo, 13 de julho de 2014

O futuro começa no Maracanã


GERAÇÃO PRECIOSA INAUGURA A HEGEMONIA ALEMÃ
Edu: Quem já jogou sinuca na vida sabe bem o que é 'caçapa cantada'...
Carles: Vale mais?
Edu: É quando o jogador anuncia antes a jogada e o desfecho não tem surpresas. Quase todo mundo já sabia para onde ia a taça.
Carles: Bom, mas a Argentina esteve perto de frustrar as previsões do polvo ou seja lá qual for a pitonisa de plantão. 

sábado, 12 de julho de 2014

Aos provedores da vergonha o que eles merecem: rua!

 
SHOW SOCIAL DA COPA BRASILEIRA COMPENSA O FIASCO DA SELEÇÃO
Edu: Uma chacoalhada de 7 a 1 e a Alemanha sai ovacionada do Mineirão, um sacode de 3 a 0 e a Holanda sai nos braços do povo no estádio Mané Garrincha. Essa torcida é o retrato acabado do Brasil cordial, aquele das raízes indígenas, das belezas, do sorriso e da simpatia, velhos estereótipos mais vivos do que nunca. É o que nos resta desta Copa - e não é pouco. Quanto ao futebol, por favor, será que dá para reinicializar?
Carles: Os indígenas tinham desculpa, foram surpreendidos, desconheciam os códigos dos chamados povos civilizados, dos invasores de então. Durante esta Copa, foram os alemães e holandeses os visitantes que quiçá souberam cativar os nativos, e sem precisar recorrer às prendas brilhantes ou espelhos. E jogaram como um dia jogavam as equipes brasileiras. Em todo caso, os colonizados, futebolisticamente, foram eles. E seus seguidores estão encantados com isso. Mesmo assim, a partida de hoje não serve de referência, muito mais preocupantes os jogos contra México, Chile ou Colômbia e até a estreia contra Croácia, sem falar do atropelo da semi. A maioria deles, com Neymar no time. Não é sempre, mas às vezes, os erros no futebol se pagam. E a direção abusou. Também acho difícil que a comissão permaneça como se deu a entender. Mais provável que fosse uma cortina de fumaça para que o jogo de hoje tentasse maquiar um pouco a situação. Que me conste já andaram sondando os possíveis substitutos.

Sessão deprê para encerrar os trabalhos


DESPEDIDA EM BRASÍLIA TEM JEITÃO DE VELÓRIO
Edu: Você é daqueles que considera disputa de 3º e 4º inútil, mórbida, depressiva?
Carles: Depende das circunstâncias. Imagino que para a torcida brasileira não é nada agradável, porque significa sair a campo depois da tormenta que arrasou o Mineirão e também porque não ser o primeiro tradicionalmente no Brasil, é sinônimo de perder. Por outro lado, acho que considerar indiferente acabar terceiro ou quarto, pode soar um pouquinho prepotente, já que com perspectiva histórica, o pódio dá mais pontos, prestígio, etc.

sexta-feira, 11 de julho de 2014

Metade medo, metade jogo de xadrez

SEMIFINAL ANTI-COPA E UMA DECISÃO IMPREVISÍVEL

Carles: Podia piorar…
 

Edu: Para o Brasil, você diz?
 

Carles: Para a torcida brasileira.
 

Edu: Não, esteja certo que não, nada é pior do que aquilo do Mineirão. Pior foi para a Copa, que viu uma semifinal mesquinha, anti-Copa, metade medo, metade jogo de xadrez.


quarta-feira, 9 de julho de 2014

8 DE JULHO DE 2014

Edu: Falávamos sobre o que mesmo?

Carles: De que um bando de argentinos e holandeses assustados foi visto em plena fuga em direção ao aeroporto do Galeão.

Edu: Pois eu sonhei que um bando de brasileiros saía correndo do Mineirão, veja você.

Carles: Olha, conselho de quem passou por isso não tem um mês: logo passa. Inclusive a Seleção Brasileira pode ter a sorte de que esse seja um ponto de inflexão e aproveitar para recuperar a sua verdadeira vocação. Curiosamente, na abertura da transmissão aqui, o locutor anunciou: vem aí o Brasil da força e a Alemanha do tique-taca, Brasil disfarçado de Alemanha, e Alemanha disfarçada de Brasil.

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segunda-feira, 7 de julho de 2014

Ídolos, interesses e futebol de essência


ENTRE OS MELHORES DE HOJE E OS MELHORES DE SEMPRE
Carles: Talvez Alfredo Di Stefano seja pouco conhecido principalmente pelas novas gerações no Brasil, mas antes que a discussão sobre o melhor jogador da história fosse entre adeptos de Pelé e Maradona, ele os debates já se dividiam entre o brasileiro e Don Alfredo, la saeta rubia, como era conhecido esse hispano-argentino que morreu hoje aos 88 anos e que liderou o Real Madrid nas décadas 1950-60, campeão de nove Ligas, cinco Copas de Europa - a atual Champions - e uma Intercontinental. De onde vem essa necessidade de escolher sempre o melhor jogador em um esporte coletivo, em que os resultados já premiam com critérios bem mais objetivos, as equipes campeãs?
Edu: Desde que existem ídolos, e faz tempo. É o tipo da necessidade sadia, na minha visão, o esporte vive disso também, de espelhos, de referências - é um clichê do qual não vamos escapar porque o admirador de esportes pede isso. O que é um recordista? Trata-se de um sujeito especial, que faz muito mais do que a maioria. E, de certa forma, no futebol é um padrão que alimenta o maior dos anabolizantes, a rivalidade. Estaríamos falando até hoje de Pelé e Maradona, ou de Messi e Neymar, se não existisse o contraponto histórico entre Brasil e Argentina? Além de tudo é um prêmio. Ser escolhido melhor em alguma coisa é o que move várias atividades humanas e não significa que o resto da humanidade saia derrotada.
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domingo, 6 de julho de 2014

Exercícios mentais para saber viver sem Neymar

TRANCAR OU DESTRAVAR O TIME? TIRAR O CENTROAVANTE? REZAR?

Edu: De tudo o que já foi dito, escrito e repetido sobre como será a vida do Brasil sem Neymar, uma conclusão parece clara: as críticas à Seleção mudaram de patamar e, agora, até o mais ferrenho defensor de estilos clássicos já admite que não há mais hipótese de futebol atraente. Portanto, o negócio é ser pragmático.
Carles: Vale tudo, menos perder o caneco, é isso?
Edu: Vale tudo é forte demais (talvez não para Felipão), mas jogar feio se for o caso e sem fazer concessões pode ser.
Carles: Bom, essa foi a última declaração de Neymar, já antes do jogo contra a Colômbia: "Não viemos (de onde?) dar show, viemos ganhar”. Devo entender que agora liberou geral ou a diferença é que está justificada a escolha de um caminho menos atraente?

sábado, 5 de julho de 2014

Vitória da planilha ou a antítese de Felipão

 
SENHORAS E SENHORES, O G-4 JÁ ESTÁ A POSTOS
Carles: Saudades das empolgantes oitavas?
Edu: Era de se esperar, porque o pessoal técnico está mais atento aos adversários, aos sistemas, aos erros possíveis. Da vitória argentina podemos falar daqui a pouco, mas este Holanda e Costa Rica é um retrato disso. A Holanda impôs volume de jogo, criou, chutou muito em gol, mas sabia que o inimigo sabe jogar por uma única bola. E quase aconteceu. Até que veio a carta na manga de Van Gaal.
Carles: Deu para sacar, conhecendo as ideias do homem da prancheta e vendo como na beira do gramado, e faltando poucos minutos para o fim da prorrogação, o preparador de goleiros Frans Hoek holandês começava um balé de espasmos e sem bola com o reserva Tim Krull.

sexta-feira, 4 de julho de 2014

Com vocação sofredora e os milagres de David


SELEÇÃO MELHORA, MAS FACILITA.... E PERDE NEYMAR
Carles: Tem time que vai para o vestiário no intervalo ouvir a preleção do professor e volta melhor, agora, outros…
Edu: A Colômbia é daquelas que volta melhor. Nem quero martelar muito nessa história da incapacidade do comando técnico, porque vai parecer perseguição sectária. Mas quem resite a tanta bobagem? Só sei que Pékerman acertou tudo o que havia falhado no primeiro tempo - aliás, os melhores 45 minutos do Brasil, consistente, intenso e eficaz. E jogando bem sem Neymar, diga-se. Mas aí veio a contra-ordem.

quinta-feira, 3 de julho de 2014

Quando os fracos não têm vez


DUELOS CLÁSSICOS, PRESSÃO ALTA E INCÓGNITAS NAS QUARTAS
Edu: Como a Colômbia não é exatamente uma zebra, é top 10 no ranking Fifa, temos sete cachorros grandes e uma surpresa nas quartas. Comecemos por ela. Curto e direto, a Costa Rica tem chance?
Carles: Chance sim, mas provavelmente chegou ao seu limite máximo, segundo a percepção geral, inclusive a deles mesmos, e por isso devem trazer ao gramado uma sensação de saciedade e portanto menos ambição. Concorda?

quarta-feira, 2 de julho de 2014

A última ceia com jeito de Irmãos Marx


FELIPÃO CHAMA A MÍDIA PARA CHACOALHAR A ‘FAMÍLIA’
Edu: O que você acha de o técnico da Seleção Brasileira chamar para uma conversa reservada seis - e apenas seis - jornalistas de sua confiança, representantes de uma tropa de elite da mídia esportiva, no momento mais tenso vivido pelo time em sua Copa do Mundo?
Carles: Pouco profissional, pode ser uma tentativa desesperada de chacoalhar o ambiente, de mexer com os brios da turma mas, principalmente, deu a impressão da perda total e absoluta do controle da situação. Essa espécie de pacto ou busca de feedback não é nova, mas a novidade é como foi feito, sem a mínima sutileza.
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terça-feira, 1 de julho de 2014

Coisas para se fazer depois dos 90’


O FUTEBOL DA COPA NUNCA ACABA QUANDO TERMINA
Carles: Parece que já tem gente se organizando para propor que o resto dos jogos do Mundial sejam disputados todos a partir do minuto 80 e mais os 30 da prorrogação. O que vocês acham?
Edu: Eu já proporia que os desclassificados, quase todos, voltassem e começasse tudo de novo. Ninguém se despede desta Copa sem deixar algum rastro interessante. Depois que tudo isso terminar, quero ver o que vão fazer os responsáveis pelos scouts e levantamentos técnicos, porque as atuais planilhas estão todas defasadas com tanta coisa acontecendo nos minutos finais, quando os jogadores já estão no limite.
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segunda-feira, 30 de junho de 2014

Alemães e franceses também já sabem o que é sofrer


CLÁSSICO EUROPEU NO MARACANÃ PELAS QUARTAS DE FINAL
Carles: Feriado, jogo-treino para os grandes, pero no mucho
Edu: Nada, retiro quase tudo o que disse ontem (menos sobre as estatísticas inúteis). Esta Copa não está para feriados. Se bem que os alemães, por exemplo, jogaram meio tempo em ritmo de treino, até perceberem que o buraco era mais embaixo.
Carles: Foram aplicar o velho truque do minuto 80, como a França e outros, dosando a energia e deixando o pequeno correr, presa do entusiasmo, para poder matar o jogo no final, só que com os argelinos foi mais complicado. Será que os reis do planejamento esqueceram de considerar que as condições de umidade, pressão e temperatura num jogo no Beira-Rio são bem diferentes das do Arena Pernambuco?
Edu: A temperatura no Beira-Rio estava bem mais para Alemanha do que para Argélia, só que para esse time africano não tem tempo ruim. Foi menosprezo mesmo, não tenho dúvida, e os alemães escaparam por pouco no primeiro tempo. A França, ao contrário, mudou de postura em relação à primeira fase, quando estava em um grupo fácil. Deschamps voltou a seu modelo mesquinho dos tempos de Juventus de Turim e Benzema voltou a ser Benzema, com aquela força de vontade que dá sono. Só esqueceram de avisar para o pequeno gigante Valbuena e para o ótimo Pogba, que resolveram o jogo com a preciosa ajuda de Griezmann. Mesmo com algum drama, Carlão, ficou claro que alemães e franceses não contavam com tanta resistência do alto da soberba europeia quando enfrenta times africanos.
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domingo, 29 de junho de 2014

Proibido para cardíacos


REVIRAVOLTAS E DRAMATICIDADE NO MATA-MATA
Edu: Especulou, dançou. Eu daria esse título para a aventura mexicana no Mundial, uma seleção que vinha muito bem até os últimos 30 minutos contra a Holanda. ‘Piojo’ Herrera tinha o jogo na mão, mas afinou e pôs o time todo atrás. Deu nisso. No fim, mostrou sua versão Felipão e saiu disparando contra o árbitro. Mais um final de partida de deixar os cabelos em pé, como foi, aliás, o jogo seguinte, com Los Ticos, exaustos e com um a menos, buscando a vaga histórica nos pênaltis com a estrela do goleiraço Keylor Navas. É uma Copa, definitivamente, proibida para cardíacos.
Carles: A diferença entre o acidente de percurso no caso do México e da Costa Rica, que tomaram gol no último minuto, foi que os mexicanos tinham os onze em campo e adotaram o "amarrategui" por opção, faltando mais de meia hora de jogo e dando asas logo para quem… Estava escrito, só não achei que fosse ser resolvido pela via rápida. Está claro que no fundo, o ‘Piojo' e o Felipão seguem a mesma escola. O último jogo da noite não teve muito futebol, considerando a definição original do termo. Por outro lado, a forma como gregos e costarriquenhos bateram seus pênaltis é digna de um vídeo que Felipão e Sampaoli passam mostrar várias vezes aos respectivos comandados. Falando em futebol, jogada já a metade das eliminatórias, só uma das oito seleções mostrou algum… será o nervosismo? o calor? o nível de comoção do adversário?
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sábado, 28 de junho de 2014

Banho de realidade


CHILE ENQUADRA SELEÇÃO DE FELIPÃO E RESSUSCITA JÚLIO CÉSAR
Carles: Superado esse incomodíssimo obstáculo, o pior já passou para a Família Scolari?
Edu: Pior que isso é difícil, a não ser pelo resultado. Nem o consolo de pensar que este não é o jogo real do Brasil ameniza, porque talvez os próprios jogadores estivessem convencidos de que esse era o caminho, graças ao trabalho de lavagem cerebral feito no último ano e meio. Você vai perguntar 'que caminho?' e eu respondo: não tenho a mínima ideia. O que sei é que ao menos um rótulo a Seleção já tem, o de time mais desorganizado e despersonalizado das quartas de final, sejam quais forem os outros que chegarem até lá.
Carles: Eu me preocuparia menos com o jogo e mais com as decisões e falta de visão desse homem de abdômen proeminente, teoricamente o estrategista, que se dedica a gesticular e fazer caretas desde a beira do gramado em vez de tentar ler o que está acontecendo no gramado. (…)
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sexta-feira, 27 de junho de 2014

A fina flor da Copa do Mundo


PRIMEIRA FASE COM REVELAÇÕES E CONFIRMAÇÕES
Edu: Como todo mundo anda escolhendo os melhores da primeira fase, temos direito de eleger os nossos. Revendo a relação que fizemos três dias antes do início da Copa, naquele exercício de pitonisas, já me chama a atenção o que seria e não foi. Por exemplo, coloquei dois espanhóis na minha seleção - Ramos e Alba -, ou seja, saio em desvantagem. Dos outros nove, um já foi embora porque fez uma asneira, mas era candidato certo ao ataque, Luis Suárez. Ou seja, ainda tenho chance de acertar alguns, mas começo mudando o goleiro. O melhor da primeira fase foi o novo cancerbero do Barça, o chileno Claudio Bravo, embora meu candidato original, Manuel Neuer, não tenha feito nada de errado.
Carles: Eu perfeitamente poderia manter o meu, Courtois, que compartilha com dois latino-americanos o privilégio de ser dos goleiros menos vazados do torneio até aqui. Um deles é o voluntarioso Ochoa, consagrado por ter fechado o gol contra o anfitrião, mas que estou convencido, já viveu seu momento de glória. O outro, o costarriquense Keylor Navas. Dos três, é o belga quem deve seguir crescendo e disputando títulos pelo clube e pela seleção. Por isso mesmo vou ficar com meu vizinho Navas que certamente não vai ter muitas mais oportunidades como esta e, além disso, enfrentou seleções de respeitável currículo, com a mesma serenidade que joga pelo Levante.
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quinta-feira, 26 de junho de 2014

Pedreiras e molezas da segunda fase


ÚLTIMA RODADA COM ALMA GUERREIRA E DESPEDIDA DO MELHOR DO MUNDO
Carles: A Copa Mundial de Futebol e Campinas já não serão as mesmas, sem o "Melhor Jogador do Mundo"…
Edu: Triste passagem essa dos patrícios quase 200 anos depois de terem deixado seu legado de três séculos de colonização por aqui. Mas eu pergunto: pelo que fizeram jogando bola, mereciam coisa melhor?
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quarta-feira, 25 de junho de 2014

Essa Argentina não empolga, mas o tal de Messi...


FRANÇA INDOLENTE, ‘ARRANJO’ ALEMÃO E PHOTOSHOP NELES
Edu: Somos críticos em excesso com a Seleção Brasileira por depender tanto de Neymar, mas que tal a Argentina com Messi? Bom, ser craque também é isso, ser confiável e decisivo. Mas, assim como ocorre com o Brasil, não consegui ver ninguém empolgado com os hermanos. Como não detecto nada de mais nessa França. Argentinos e franceses passaram com folga, só que é preciso lembrar a toda hora que estavam nos grupos mais desossados da Copa. Ali a chance de levar um susto era mínima.
Carles: Bom, a boa notícia para a Argentina é que Di María começou a chegar na Copa. Também é verdade que o jogo foi um correcalles como se diz por aqui, sem demasiado rigor tático e por isso foi até vistoso. Vi também que Messi não só foi decisivo, como também esteve muito ativo, inclusive pressionando a saída de bola do goleiro adversário. Será pela presença de Pep Guardiola na plateia? Até Shaquiri respondeu à presença do comandante no Brasil e meteu três.
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terça-feira, 24 de junho de 2014

Um abacaxi para os europeus: evitar a ‘Copa América’

 
SURTO DE LUISITO E HOMENAGEM DE SAMARAS
Edu: Você pensando que o de pior já tinha acontecido com a Espanha - com raio incluído na aterrissagem em Madrid - e eis que a Itália também tem seu melodrama com toques de requinte. Técnico demitido, Pirlo aposentado e a caminho de casa levando uma dentada como souvenir.
Carles: Pois é, mas o maior perdedor nessa história pode ser aquele que tinha tudo para ganhar. Luisito parece que não se emenda. Fico imaginando essa tendência compulsiva a morder o grandão mais próximo, deve ter desenvolvido esse recurso de moleque, marrudo que é e, com frequência, tendo que enfrentar sujeitos enormes. No outro extremo, Prandelli, de quem eu não esperava menos. Basta ver como ele reagiu ao gol de Godín (sempre ele), sem nenhum trejeito teatral, só com um prolongado pestanejo. Daí, nos restantes 12 minutos de jogo e precisando desesperadamente de um gol, a Azzurra de Cesare não deu um só balão para a área. Tem gente que chama isso de falta de fibra, eu chamo de elegância.
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