Carles: Se descontarmos o período de férias, podemos dizer que os mesmos
jornalistas esportivos que ainda ontem consideravam Özil o grande craque,
imprescindível, a parcela pensante e a classe do time de Madrid, são os que
hoje queimam as pestanas para encontrar o clube de destino para o turco-alemão.
Pergunto: sou muito ingênuo, perdi uma parte da história contemporânea na que
se decidiu por consenso deixar de reconhecer o valor humano ou esses caras que
se propõem a informar não são dignos da menor confiança?
Edu:
Sempre tem uma meia dúzia em que é possível confiar, mas essa idoneidade com
que sonhamos anda em falta em vários segmentos humanos, né Carlão, não é
privilégio dos 'informadores', o que também não serve de consolo. As reações
instantâneas, digitais, valem muito mais do que a reflexão. Os tais
informadores querem agora festejar a chegada de carne nova, o galês, e se
esquecem do sujeito que foi o pilar intelectual do time nos últimos dois anos,
embora o artilheiro midiático tenha sido outro. Özil, que dá impressão de ser
um cara desencanado, que simplesmente gosta de jogar bola, já está sentindo o
gosto amargo proporcionado por esse tipo de gente. Só que, como craque que é,
no lugar dele não me preocuparia tanto.
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