Carles: Parece que o esporte, como você costuma dizer, é mesmo um perfeito
reflexo da sociedade. E nem sempre para bem. Uma dessas facetas é a frequência
com que o discurso sexista aparece no cenário esportivo. Esta semana, John
Inverdale, um embalado comentarista da BBC, recebeu o triunfo da tenista
francesa Marion Bartoli em Wimbledon com uma declaração desafortunada que dizia
mais ou menos o seguinte - “será que o seu pai, a pessoa que mais a influenciou
na vida, avisou quando tinha 12, 13 ou 14 anos que ela nunca seria um bombom?”,
referindo-se ao aspecto físico de Bartoli, obviamente longe do padrão
Sharapova. A verdade é que não é um caso isolado. As meninas do futebol, por
exemplo, ou mesmo do basquete sofrem com esse tipo de postura retrógrada.
Imagino que também não seja fácil a vida das "musas" do vôlei, por
exemplo, às que muitas vezes se valoriza mais por determinados atributos
físicos do que pelo valor técnico.
Edu:
É um dos traços discriminatórios que corre solto no ambiente esportivo, a ponto
de ter influência direta nos contratos de patrocínio e nas opções de
transmissão pela tevê – além de ser um execrável ataque a padrões básicos de
cidadania. Muita gente da comunidade do vôlei reconhece esse outro lado da
moeda, quando a preferência estética simplesmente derruba a questão técnica.
Para uma parte dos críticos com poder de discernimento, o vôlei de praia, por
exemplo, representa um modelo bastante artificial de prática esportiva, no qual
o desfile de beldades importa muito mais do que os padrões técnicos. Não que
não seja agradável, mas claro que perde a característica de esporte de alto
rendimento, vira uma atividade de fachada.
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