BOM SENSO FC
Edu:
No ano em que o Bom Senso FC trouxe alguma luz para uma discussão que nunca
teve profundidade por aqui - a preocupação real do jogador profissional com ele
mesmo -, ficou a impressão de que em alguns temas os próprios jogadores não
sabem como ir adiante. Por exemplo: o jogo de valores e princípios nesse mundo
competitivo da bola. Não vi ninguém se manifestar sobre essa questão, que quase
sempre descamba para delírios religiosos, ou sobre estrutura familiar ou ainda
em um moralismo disciplinador que beira a esquizofrenia. Você acha que é pedir
demais para um jogador de futebol que se preocupe também com sua ética pessoal,
sua forma de ser? Corremos o risco de cair de novo numa pregação moral
estúpida?
Carles: A pergunta é complicada mas, se eu entendi bem, a resposta é simples:
sim, é pedir demais. Seria inclusive pedir demais para muitos profissionais
alheios a um entorno tão mercantilizado como o futebol, que dirá no seio desse
poderoso instrumento de controle social. A ética é um espécime em perigo de extinção,
você sabe bem, e nem dá para exigir coisas do gênero justamente de gente que,
numa grande porcentagem, não teve a oportunidade de receber a preparação para
ser um exemplo de convivência social, e nem para tomar decisões baseadas em
valores como a solidariedade ou o coletivismo. Não mesmo. No máximo, com raras
exceções, esses moços foram preparados para obter o maior proveito financeiro
na hora de assinar contratos em que a outra parte está composta de vorazes
empresários e representantes de poderosas marcas multinacionais. Respondi?
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