TÉCNICOS BRASILEIROS
Carles: Desconfio que o marasmo tático do futebol brasileiro está chegando ao
seu fim. A enganação dos senhores que se dizem preparadores técnicos não pode
nem deve durar muito mais. E falo baseado no jogo Palmeiras-Corinthians que
assisti neste final de semana e em que os dois times mostraram noções nulas de
posicionamento e sistema de pressão sobre o adversário. Ficou mais evidente quando
não tinham a posse de bola e os jogadores ofereciam uma participação tática
rudimentar e inútil.
Edu:
Você sabe que existe uma deficiência crônica de criatividade/qualificação que
assola a maioria dos treinadores brasileiros. É quase uma doença social que
aliada ao medo de perder o emprego vira uma epidemia. Os técnicos deste país,
mesmo com jogadores tão excepcionais, têm pavor da palavra pressing, da noção de pressing.
Pressing é um conceito que exige
ousadia, correr riscos e muito trabalho. Desses três quesitos, os técnicos
brasileiros preenchem apenas um, justiça seja feita: trabalham bastante, só que
trabalham errado. Pressionar é o mesmo que atacar sem a bola, qualquer garoto
que aprende a jogar futebol no interior da Noruega ou no Cantão chinês sabe
disso. E o pior é que, no caso dos técnicos brasileiros, nem os grandes
exemplos de sucesso da história do pressing
são capazes de convencer a classe.
Esse jogo de domingo entre dois dos maiores times do país ilustra com perfeição
essa ideia.
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