domingo, 28 de julho de 2013

De idiotas e malacos


Carles: Tem uma história que corre por aqui, nem confirmada nem desmentia, e que expressa como a torcida pode influir decisivamente num jogo. Corria o ano de 1995 e o Zaragoza disputava uma das semifinais da antiga Recopa da Europa - torneio que acabou vencendo - contra o Chelsea. Diante da sua torcida e de três mil seguidores ingleses, o argentino Juan Eduardo Esnáider marcou o 3 a 0 para o time local e desencadeou uma série de brigas, tanto na arquibancada como no campo. Foi quando parte da torcida local começou  a entoar uma musiquinha inspirada numa famosa frase do treinador argentino Carlos Salvador Bilardo, muito na moda na época: ‘¡Pisalo! ¡Pisalo! ¡Pisalo!’ Repentinamente a confusão cessou. No dia seguinte uma parte da imprensa inglesa teria louvado o exemplo de fairplay da torcida “maña” que, segundo eles, teria pedido: ‘Peace and Love! Peace and Love! Peace and Love!’ (‘Pissanló…’ é semelhante foneticamente). Você acha mesmo que a arquibancada pode ser considerada uma tribuna livre para a livre expressão das massas?
Edu: Essa história é uma das pérolas do futebol moderno - acho que pouco importa se é mesmo totalmente verídica a estas alturas. Mas a resposta é sim, um contundente sim. Acontece que a massa é formada por uma série de grupos heterogêneos de tipos humanos, cuja ação coletiva pode facilmente extrapolar certos limites. Se pensarmos nos gritos nazistas e racistas que, por mais que clubes e entidades se esforcem, são uma realidade em vários campos de futebol da Europa, podemos colocar em dúvida se vale a pena ter uma tribuna livre. Acontece que nunca se viu nem se verá um estádio inteiro entoando slogans racistas. Essa atitude caminha para ser uma doença social de minorias. Portanto, o torcedor em geral merece a liberdade das arquibancadas. Mais do que uma concessão, é um direito.
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