Edu:
Apostar numa renovação talvez seja o momento mais delicado para os times de
alto nível, primeiro porque não pode se resumir a um momento, e sim a uma fase,
e depois porque é preciso contar com a cumplicidade da torcida e da direção do
clube. Ou seja, não é um processo apenas técnico. Tampouco é uma transição,
parecida com a que faz o Barça neste momento e que talvez precise fazer a
própria Seleção da Espanha. Falo de renovações mais profundas, como a que times
brasileiros como Corinthians, São Paulo e Fluminense estão necessitando, por
diferentes razões. Talvez aí, por uma questão estrutural, estejam as maiores
diferenças em relação ao futebol europeu.
Carles: Digamos que, em tese, o futebol europeu tem estruturas preparadas e
prontas para suprir as necessidades dos times principais. Na prática, o sistema
é abortado ao primeiro sintoma eleitoreiro, em que os dirigentes sentem as
urgências de oferecer às massas, carne humana de alto quilate, no lugar de bons
resultados esportivos. Daí se originam os mais recentes desafios dentro do
futebol moderno: quem é que pode se gabar de ter feito a contratação mais cara
da história ou quem paga o salário mais alto do mercado. Inexplicável para
qualquer marciano de bom senso ao que custaria entender o por quê de investir
em estruturas de base, na formação de jogadores, para depois gastar dez vezes
mais com um único jogador. O sistema de promoção dentro do próprio clube não é
fácil, é complicado de construir e de manter, mas muitas experiências práticas de
êxito provam que vale a pena.
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