MERCADO E PÉS NO CHÃO
Carles: Gostaria de propor aqui uma discussão que já
tivemos pessoalmente no fim da temporada 2011-2012, quando o pequeno Levante, o
segundo clube da cidade de Valencia, conseguiu se classificar para a Europa
League, depois de estar durante algumas rodadas em postos Champions. Agora, o
debate vem bastante ao caso, vista a grotesca trajetória da Real Sociedad no
torneio continental, time que, na temporada passada, ofereceu um futebol
invejável. A questão é: convém sempre aspirar aos máximos objetivos esportivos
ou é preferível ser mais conservador, consolidar os projetos e pouco a pouco,
aspirar ao Olimpo, porque, dizem, a queda desde lá dói fundo? Sem complexos,
mas com os pés no chão.
Edu: Lembro bem dessa discussão e continuo defendendo
que, para o torcedor e para a comunidade em geral, chegar a uma competição
europeia é uma atraente meta, saudável aspiração, que precisa ser capitalizada
de forma adequada pelos dirigentes nas poucas vezes em que acontece. Me parece
difícil para um clube, por mais projeto e pé no chão que tenha, optar por 'não
chegar’ e deixar amadurecer uma intenção dessas, deixar para o futuro. Às vezes
o time acerta uma temporada iluminada e consegue chegar lá de forma
surpreendente, queima etapas, mesmo que não esteja preparado para tal. É
próprio do futebol. O problema é achar que a competição europeia é um fim, não
uma etapa. Foi bom ou não para o Villarreal ter aquele time que fez sucesso na
Champions, mesmo que anos depois tenha caído para a Segundona? O clube avançou
ou não institucionalmente? O torcedor do Málaga desfrutou ou não da experiência
na Champions do ano passado? A resposta é sim para as três questões. A
bizarrice é considerar esse degrau como o topo da escada e muita gente que se
julga gestor no futebol chega a essa conclusão precipitada.
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