quarta-feira, 3 de abril de 2013

Nem tanto Barça para pouco PSG


Carles: Se bem que na fase eliminatória anterior contra o Valencia o jogo do PSG se viu mais favorecido quando jogou fora e casa, ainda assim penso que o pior da partida de hoje para o Barça foram as contusões.
Edu: Não vimos um grande Barça e pode ficar pior se Messi não se recuperar. Mas continuo achando o PSG um catadão. Alguns ótimos jogadores - que partida fez Thiago! - e nenhum esquema, nenhuma graça. Normalmente não será uma ameaça.
Carles: Fiquei com pena do Thiago Silva, provavelmente o melhor central do mundo tendo que compartilhar time com Beckham. Será que ele não pensou por momentos estar num solteiro-casados? O PSG fez um jogo físico, acho que Ibra segue sendo um consentido. A arbitragem não deve ser uma desculpa mas, convenhamos, o Stark esteve bastante caseiro… Agora, minha pergunta é: todo o dinheiro do mundo justifica que um jovem valor como Thiago comprometa a sua carreira, embarcando nesse canoa furada do PSG? A decisão do Lucas ainda é compreensível, para ele foi a porta para a Europa…
Edu: Thiago chegou a dizer que não queria sair do Milan e foi praticamente obrigado a salvar as finanças do clube. Custou mais que o Ibra, você deve se lembrar. Também teve o argumento de ser envolvido em um projeto de construção de um grande clube. Provavelmente foi convencido pelo Leonardo de que poderia fazer história ajudando Paris, enfim, a ter um time de ponta na Europa, com ele como capitão.
Carles: O título do artigo do madridista Alfredo Relaño no Diario As de hoje era algo assim como só falta um time de futebol para Paris. Não sei se Paris quer um time de futebol. Assim mesmo, demos um voto de confiança ao Leonardo. Quanto ao Barça, não foi um grande jogo, fez o suficiente para levar a vitória e, principalmente em Champions, o suficiente costuma ser pouco.
Edu: Algumas coisas estranhas aconteceram depois da saída de Messi, porque até então o jogo era previsível, até mesmo os lances de perigo criados pelo PSG diante da fragilidade defensiva do Barça (que, insisto, não é normal para um grande time). Duas questões ficaram muito evidentes: a ausência absoluta do Villa e a o sumiço de Iniesta justamente quando o principal jogador do time saiu. Era aí que ele precisava assumir o jogo, circular mais, buscar variações. Mas preferiu se encostar ali naquela região do campo e deixou tudo com Xavi.
Carles: Claramente, Iniesta (ou Tito?) decidiu diminuir a velocidade do jogo depois da saída de Messi. Um jogo de ida e volta sem pausa no meio-campo seria o cenário desejado pelo time de Ancelotti. Villa seguiu fazendo o que entrou para fazer, ficar enfiado entre os dois zagueiros, ameaçando no limite da linha do impedimento. Em todo caso, quem teve alguma liberdade foi o Alexis que começou se movimentando bem mas acabou confirmando que não é suficientemente decisivo. Contudo, a ausência de Messi permitiu ao setor defensivo do PSG relaxar-se e cuidar de não deixar o Barça fazer circular a bola como de costume.
Edu: Nos dois casos acho que o jogador precisa tomar mais a iniciativa. Villa estava anulado já com Messi e, sem ele, teria que buscar mais jogo, incomodar mais. Foi nulo, zero. E Iniesta, que no primeiro tempo esteve muito bem, muitas vezes deixou Xavi sem opções para troca de passes, o que ficaria ainda mais fácil no segundo tempo com o aposentado Beckham esgotado e Matuidi correndo desesperado por todos os lados. Era jogo para ser sentenciado até os 20 minutos do segundo tempo. Se a opção foi adotar uma postura mais contida, erraram todos, a começar pelo Tito.
Carles: Talvez o grande segredo estratégico do futebol seja saber aferir e imprimir a velocidade adequada e quando variá-la. Isso surpreende o adversário que nunca sabe o momento que vai receber o golpe. A leitura da necessidade de baixar as rotações, acredito, foi correta. Faltou saber variar essa velocidade. Minha sensação é que o romântico futebol de Iniesta às vezes carece de certa malícia.
Edu: Agora tudo depende do Departamento Médico. Que será de Messi? Puyol terá condições? Quem fará dupla com Piquet, já que o 'jefecito' está suspenso? O que estava fácil pode complicar bastante. Menos mal para o Barça que o PSG não terá o cara mais dinâmico na marcação, Matuidi. Devem jogar Verrati e o aposentado.
Carles: Não vejo o aposentado entrando em campo no Camp Nou, ele pode ser tudo menos tonto. Quer apostar? Descartemos também Puyol. Uma opção para o centro da zaga seria Abidal, mas me parece que a sua volta, por enquanto, é mais institucional que competitiva. O Departamento Médico deve divulgar os resultados logo mais. Os prazos de recuperação de Messi costumam ser inacreditáveis. O certo é que a contusão de Messi em meio a uma eliminatória mata-mata volta a fazer o alarme soar. Não sou adepto da tese da “Messidependência" mas, sem dúvida, a qualidade plácida do Barça necessita a alternativa explosiva do argentino, a sua constante ameaça. Imagino que isso faça voltar as atenções novamente em direção ao Neymar. E a pergunta sobre se o craque do Santos seria a solução decisiva e alternativa às possíveis ausências de Messi.
Edu: Seria a graduação que tanto pedimos para o Neymar... Ou o fracasso total, nunca se sabe. Enquanto isso, em Munique, um filme velho, muitas vezes repetido: o Bayern letal e a Juve sem punch no ataque.
Carles: O Bayern de sempre e com o mérito de seguir se reinventando. Muitas vezes, é evidente, à base da sua capacidade autofágica: parece certa a ida do artilheiro Lewandowski para Munique. Assim não há Bundesliga que emocione… Amanhã tem mais e permita-me confessar, sou Galatasaray desde criancinha.

Nenhum comentário: