Carles: Se bem que na fase eliminatória
anterior contra o Valencia o jogo do PSG se viu mais favorecido quando jogou
fora e casa, ainda assim penso que o pior da partida de hoje para o Barça foram
as contusões.
Edu: Não vimos um grande Barça e pode
ficar pior se Messi não se recuperar. Mas continuo achando o PSG um catadão.
Alguns ótimos jogadores - que partida fez Thiago! - e nenhum esquema, nenhuma
graça. Normalmente não será uma ameaça.
Carles: Fiquei com pena do Thiago Silva,
provavelmente o melhor central do mundo tendo que compartilhar time com
Beckham. Será que ele não pensou por momentos estar num solteiro-casados? O PSG
fez um jogo físico, acho que Ibra segue sendo um consentido. A arbitragem não
deve ser uma desculpa mas, convenhamos, o Stark esteve bastante caseiro… Agora,
minha pergunta é: todo o dinheiro do mundo justifica que um jovem valor como
Thiago comprometa a sua carreira, embarcando nesse canoa furada do PSG? A
decisão do Lucas ainda é compreensível, para ele foi a porta para a Europa…
Edu: Thiago chegou a dizer que não queria
sair do Milan e foi praticamente obrigado a salvar as finanças do clube. Custou
mais que o Ibra, você deve se lembrar. Também teve o argumento de ser envolvido
em um projeto de construção de um grande clube. Provavelmente foi convencido
pelo Leonardo de que poderia fazer história ajudando Paris, enfim, a ter um
time de ponta na Europa, com ele como capitão.
Carles: O título do artigo
do madridista Alfredo Relaño no Diario As de hoje era algo assim como só
falta um time de futebol para Paris. Não sei se Paris quer um time de futebol. Assim
mesmo, demos um voto de confiança ao Leonardo. Quanto ao Barça, não foi um
grande jogo, fez o suficiente para levar a vitória e, principalmente em
Champions, o suficiente costuma ser pouco.
Edu: Algumas coisas estranhas aconteceram
depois da saída de Messi, porque até então o jogo era previsível, até mesmo os
lances de perigo criados pelo PSG diante da fragilidade defensiva do Barça
(que, insisto, não é normal para um grande time). Duas questões ficaram muito
evidentes: a ausência absoluta do Villa e a o sumiço de Iniesta justamente
quando o principal jogador do time saiu. Era aí que ele precisava assumir o
jogo, circular mais, buscar variações. Mas preferiu se encostar ali naquela
região do campo e deixou tudo com Xavi.
Carles: Claramente, Iniesta (ou Tito?)
decidiu diminuir a velocidade do jogo depois da saída de Messi. Um jogo de ida
e volta sem pausa no meio-campo seria o cenário desejado pelo time de
Ancelotti. Villa seguiu fazendo o que entrou para fazer, ficar enfiado entre os
dois zagueiros, ameaçando no limite da linha do impedimento. Em todo caso, quem
teve alguma liberdade foi o Alexis que começou se movimentando bem mas acabou
confirmando que não é suficientemente decisivo. Contudo, a ausência de Messi
permitiu ao setor defensivo do PSG relaxar-se e cuidar de não deixar o Barça fazer
circular a bola como de costume.
Edu: Nos dois casos acho que o jogador
precisa tomar mais a iniciativa. Villa estava anulado já com Messi e, sem ele,
teria que buscar mais jogo, incomodar mais. Foi nulo, zero. E Iniesta, que no
primeiro tempo esteve muito bem, muitas vezes deixou Xavi sem opções para troca
de passes, o que ficaria ainda mais fácil no segundo tempo com o aposentado
Beckham esgotado e Matuidi correndo desesperado por todos os lados. Era jogo
para ser sentenciado até os 20 minutos do segundo tempo. Se a opção foi adotar
uma postura mais contida, erraram todos, a começar pelo Tito.
Carles: Talvez o grande segredo estratégico
do futebol seja saber aferir e imprimir a velocidade adequada e quando variá-la.
Isso surpreende o adversário que nunca sabe o momento que vai receber o golpe.
A leitura da necessidade de baixar as rotações, acredito, foi correta. Faltou
saber variar essa velocidade. Minha sensação é que o romântico futebol de
Iniesta às vezes carece de certa malícia.
Edu: Agora tudo depende do Departamento
Médico. Que será de Messi? Puyol terá condições? Quem fará dupla com Piquet, já
que o 'jefecito' está suspenso? O que estava fácil pode complicar bastante.
Menos mal para o Barça que o PSG não terá o cara mais dinâmico na marcação,
Matuidi. Devem jogar Verrati e o aposentado.
Carles: Não vejo o aposentado entrando em
campo no Camp Nou, ele pode ser tudo menos tonto. Quer apostar? Descartemos
também Puyol. Uma opção para o centro da zaga seria Abidal, mas me parece que a
sua volta, por enquanto, é mais institucional que competitiva. O Departamento Médico
deve divulgar os resultados logo mais. Os prazos de recuperação de Messi
costumam ser inacreditáveis. O certo é que a contusão de Messi em meio a uma
eliminatória mata-mata volta a fazer o alarme soar. Não sou adepto da tese da “Messidependência"
mas, sem dúvida, a qualidade plácida do Barça necessita a alternativa explosiva
do argentino, a sua constante ameaça. Imagino que isso faça voltar as atenções
novamente em direção ao Neymar. E a pergunta sobre se o craque do Santos seria
a solução decisiva e alternativa às possíveis ausências de Messi.
Edu: Seria a graduação que tanto pedimos
para o Neymar... Ou o fracasso total, nunca se sabe. Enquanto isso, em Munique,
um filme velho, muitas vezes repetido: o Bayern letal e a Juve sem punch no
ataque.
Carles: O Bayern de sempre e com o mérito de seguir se
reinventando. Muitas vezes, é evidente, à base da sua capacidade autofágica:
parece certa a ida do artilheiro Lewandowski para Munique. Assim não há
Bundesliga que emocione… Amanhã tem mais e permita-me confessar, sou
Galatasaray desde criancinha.
Nenhum comentário:
Postar um comentário