sábado, 25 de maio de 2013

Entre Wembley e o Brasileirão







Imagens do estádio de Wembley momentos antes do início da partida.
Especialmente enviadas por Leo Marti Teixeira

Edu: No dia da decisão da Champions começa o Campeonato Brasileiro.
Carles: Hummmmm, verdade.
Edu: Cada um se diverte com o que pode.
Carles: Nem é essa a questão. Algum brilhante pensador do futebol brasileiro deve ter chegado à conclusão de que, finalizada a temporada de jogo e iniciada a temporada de caça aos craques, seria a hora de instalar a grande vitrine do Brasileirão.
Edu: Não acho que foi pensado, não. Na verdade, o Brasileiro cabe em sete meses e adaptaram o resto do tempo aos torneios regionais e à Copa do Brasil. Tanto que, todos os anos, tem uma trombada com as fases decisivas da Libertadores.
Carles: E trombada com as datas Fifa. Tem alguns jogos da Seleção Brasileira que coincidem com rodadas, às vezes importantes. Isso não acontece por aqui. Na pior das hipóteses e algumas vezes, quando a seleção joga pode ter rodada de Segundona, que é um campeonato um pouco mais longo que o de Primeira.
Edu: E neste ano aqui temos dois agravantes: será um campeonato estranho por causa da provável saída de alguns grandes nomes dos principais favoritos (Paulinho, Bernard, Neymar, Ralf, Leandro Damião), como há algum tempo não acontecia, e o torneio terá uma interrupção de um mês por conta da Copa das Confederações. Talvez por isso a decisão entre os alemães na Europa tem sido quase tão falada por aqui nestes dias quanto o início do Brasileirão.
Carles: Bom, mas é até normal que o campeonato comece frio e vá esquentando. Bernard está de saída?
Edu: Tem proposta da Alemanha, ao que tudo indica do Dortmund. Tem perfil mesmo para aquele time jovem.
Carles: Verdade. Bom destino e sem quase nenhuma pressão, pode dar certo.
Edu: Vai terminar a formação dele, inclusive física, numa ótima escola. É um garoto que tem virtudes técnicas inegáveis e evoluiu muito taticamente também.
Carles: Tudo bem, a crème de la crème está de saída. E as perspectivas de renovação, do surgimento de novas revelações? Sei que os ânimos não são os melhores, mas não será um pessimismo exagerado? Sempre acabam surgindo novos craques, mesmo em uma entressafra.
Edu: Eu diria que nem há muito pessimismo, Carlão. Há, sim, um certo desinteresse porque o foco por um tempo estará na Seleção. E o fato de saírem algumas estrelas sempre abala um pouco. Mas o futebol brasileiro tem essa virtude de apresentar, por pior que seja o momento, alguma novidade. E o Brasileirão é muito longo, tem tempo de renovar o interesse.
Carles: Eu aposto por isso também. O Corinthians sem a dupla Ralf-Paulinho, o Atlético sem Bernard, o Santos sem Neymar… com tanto teórico favorito perdendo suas principais peças, quais as suas indicações?
Edu: Mesmo assim, Corinthians e Atlético saem na frente, porque têm uma estrutura firme. Junto com Inter, Botafogo e Fluminense, talvez. São Paulo e Grêmio vêm em seguida. Mas temo por times tradicionais como Santos, Vasco, Flamengo e mesmo Cruzeiro.
Carles: Surpreende, pelo menos a quem acompanha o quase dia a dia de longe, a presença do São Paulo. Pensei que a crise fosse mais profunda.
Edu: Tem uma crise aí, sem dúvida. Mas é um time com bom elenco, assim como o Grêmio. Precisa de ajustes técnicos importantes, mas não deixa de ser um concorrente de respeito. Não é o que acontece com Santos e Flamengo, por exemplo, que contrataram muito mal nos últimos tempos e esfacelaram suas equipes. Muito jogador remediado, alguns refugos. O mesmo vale para o Cruzeiro, que ainda tenta se reforçar.
Carles: E uma eventual surpresa, de onde poderia vir? Li que a Lusa luta para não ser rebaixada…
Edu: A Lusinha, sempre simpática e sempre na corda bamba. Quando ganhou a Série B do Brasileiro chegou a ser chamada de 'Barcelusa', era uma goleada atrás da outra. Agora, acaba de voltar à Série A do Campeonato Paulista, pra você ter uma ideia da situação. Mas nunca se sabe o que vai acontecer lá na parte de baixo da tabela. Sempre há surpresas por ali, basta ver onde o Palmeiras está neste ano. E as surpresas também acontecem nas posições intermediárias, com times que tem tradição em complicar para os grandes, como Coritiba, Ponte Preta, Vitória...
Carles: Então fiquemos de olho na primeira rodada e fazendo zapping para Wembley. Torcendo pelo Dortmund, mas temendo pela sorte do time revelação contra o todo poderoso compatriota. E mais, sem Götze. Será a hora e a vez de Reus?
Edu: Boto muita fé em Marco Reus, acho até mais decisivo - se bem que menos talentoso - que Götze. E poucas horas depois Corinthians e Botafogo, campeões de São Paulo e Rio, fazem o jogo das faixas. Ao menos um bom começo para o Campeonato Brasileiro.

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