quarta-feira, 15 de maio de 2013

Maldição de Bela Guttman revive em Amsterdã




19:30

Carles: Perder dois campeonatos na mesma semana e ambos nos descontos, se não for a maldição de Bela Guttman, explique-me então o que é.
Edu: Mesmo que não seja, sempre será. Ninguém vai deixar de se lembrar da praga rogada pelo húngaro quando deixou o Benfica depois de ser bicampeão europeu.
Carles: Bom, também podemos considerar a hipótese da falta de pontaria e objetividade dos atacantes da equipa lisboeta.
Edu: Muito faceiro esse time português, um tanto complexado eu diria, talvez por causa do impacto da derrota para o Porto no domingo. E nem o Chelsea fez um a grande jogo para merecer muito o título. Coisas de Benitez e Niño Torres.
Carles: Ansiedade pode ser, sim. Faltou maturidade. A partida foi um despropósito de erros não forçados, como se diria no tênis. Deu a impressão de que o gramado estava em péssimas condições. Curioso que isso aconteça num estádio projetado justamente para proteger o piso da chuva, da neve… também é certo que tivemos um inverno excessivamente rigoroso, muita umidade. Um jogo um pouco tosco, ideal para El Niño.
Edu: Fica uma situação engraçada para o Benitez. Até certo ponto ele refez o estilo de  jogo do time, na Premier fez o Chelsea mostrar um futebol de toque, rápido, muito mais atraente do que era. E mesmo assim estava condenado desde o início. Acho até um técnico bem pouco criativo, cheio de manias, nada ousado. Mas sai campeão e com a vaga na Champions garantida. Serviu de cocheiro para o Mou, não mais do que isso.
Carles: E se o Bayern for campeão, teremos dois técnicos campeões continentais desempregados. Sintomático da Europa nos tempos que correm.
Edu: Ou é uma prova da importância relativa dos treinadores em times com muitos jogadores importantes e, portanto, com boa capacidade de autogestão.
Carles: A autogestão que em alguns casos começa a se revelar perversa, com esses bons moços, requintados no trato da bola e nem tanto com os sargentões que exigem muito trabalho físico e pegam no pé do novo modelo de jogador, garoto-propaganda. Também não sou admirador do trabalho de Benitez, mas se tem uma coisa é que nos times dele não funciona a autogestão. Para bem ou para mal, sempre têm a cara dele. Foi assim com o Valencia, com o Liverpool e está sendo com o Chelsea. Neste caso, contar com jogadores talentosos como Mata, Oscar, Hazard permite um jogo mais vistoso. Mas, sem dúvida, com a marca registrada de Don Rafael.
Edu: A perversidade não é exatamente uma novidade no mundo do futebol profissional, porque quando os jogadores querem não há técnico que resista, a história tem dezenas de casos assim. Jogador é bicho complicado. E há também a autogestão com a permissividade do treinador, como foi o caso do melhor Brasil de todos os tempos, o da Copa de 70. Ninguém detestava o Zagalo, só pediram para ele ficar quietinho.
Carles: Benitez é a antítese de Mario Lobo. Pouco falastrão, pese a opinião de Sir Ferguson, estudioso, trabalhador e um pouco "aburrido", como os times dele. Curioso que esse Chelsea parece ter perdido o rumo faz cinco meses em Yokohama, justo diante do Corinthians que tenta retomar a sua trilha vitoriosa, hoje. Mais coincidências, o adversário é o também azulado Boca Juniors, o mesmo que o Timão venceu na final da Libertadores para obter a vaga no Mundial de Clubes.
Edu: Só esperamos não pintar nenhum Bela Guttman na parada...


 

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