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Carles: Então as vidas paralelas entre Chelsea e Corinthians voltaram a se separar. Os ingleses favorecidos pela maldição de Bela Guttman e o campeão do mundo derrotado por uma camiseta ou por uma velha raposa?
Carles: Então as vidas paralelas entre Chelsea e Corinthians voltaram a se separar. Os ingleses favorecidos pela maldição de Bela Guttman e o campeão do mundo derrotado por uma camiseta ou por uma velha raposa?
Edu: Não
havia Bela Guttman, mas havia Bianchi e suas artimanhas que mais parecem poções
mágicas. E o Corinthians caiu nelas, derrubado também por um gol impossível com
a marca de Riquelme.
Carles:
Justo o contrário do que comentamos faz umas horas sobre a relativa importância
de um técnico de um elenco de estrelas?
Edu: Só
mesmo um técnico com o time nas mãos pode fazer um grupo de jogadores limitados
como este usar todos os recursos possíveis para não só evitar uma derrota, como
até dominar o jogo em muitos momentos do primeiro tempo, mantendo a bola no
ataque, neutralizando as principais iniciativas.
Carles:
Assisti ao segundo tempo, aguentando os olhos abertos como pude, vi um time ansioso,
pouco daquela autoconfiança do ano passado que parecia sabedor de que mais cedo ou
mais tarde conseguiria seu objetivo.
Edu: Particularmente,
acho que o Corinthians começou a perder a eliminatória com sua postura
mesquinha do primeiro jogo. Esse tipo comportamento faz adversários do calibre
do Boca se sentirem à vontade. Os xeneizes ganharam força moral para o segundo
jogo e aprenderam muito bem com a derrota da final do ano passado. E Tite,
apesar de oferecer brava resistência, caiu na esparrela tática de Bianchi. Duas
vezes.
Carles:
Mas assim mesmo, eu vi o time jogando com intensidade, sem a habitual
inteligência a que nos acostumou este time do Tite, mas empurrando o adversário
contra as cordas.
Edu: A
reação forte no segundo tempo só bastaria diante de um adversário sem história.
Levar um gol e suportar pressão, para o Boca Juniors, são coisas corriqueiras,
insisto, mesmo em se tratando de um time limitadíssimo, um dos piores dos
últimos tempos desse clube glorioso.
Carles:
Tem muita gente reclamando da arbitragem. Se bem que eu vi um gol que me pareceu legal sendo
anulado, não dá para justificar a eliminação com isso, não acha?
Edu: Diria
que três problemas marcaram a eliminação do Corinthians especificamente no jogo
de ontem: o descontrole emocional do primeiro tempo em função dos erros de
arbitragem; a falta de alternativas no ataque quando partiu para a pressão logo
após sofrer o gol; e a irregularidade de jogadores que não costumam fracassar
nessas ocasiões, mas que não foram bem desta vez, como Danilo e Guerrero. Em
compensação Paulinho foi o líder técnico e moral do time, uma lição de
‘corintianismo’. E, claro, sem contar um quarto problema, o pai de todos os
problemas: o Boca!
Carles:
Uma coisa serve de consolo, o comportamento que vi tanto do time, abraçando e
cumprimentando os adversários “argentinos”(!!!!!) que acabavam de eliminá-los, dando uma
imagem pouco habitual no continente e a torcida festejando o time.
Edu.
Os tempos deste Corinthians são outros. Enquanto as torcidas inimigas da cidade
festejavam a derrota do rival de sempre – ignorando que seus próprios clubes
acabam de passar por isso, ou coisa pior -, os quase 40 mil corintianos no
Pacaembu cantavam o hino do clube como demonstração de reconhecimento. Alguns
anos atrás, seria uma noite de quebra-quebra no estádio.
Carles:
Nesta “se te ha visto el plumero”, companheiro. Mas eu entendo.
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