segunda-feira, 6 de maio de 2013

Madrid prepara um desmanche para Ancelotti


Edu: Em matéria de dinheiro na mão, acho até que vai ser um grande negócio para o Special One. Mas o português parece que vai deixar a Espanha sendo unanimidade nacional. Até o Pepe roeu a corda. Impressionante a capacidade que tem esse luso de ser odiado em progressão geométrica.
Carles: Ou Pepe foi o último a dar-se conta de uma situação evidente ou então achou que ia jogar no lugar do Terry o ano que vem nos blues, sei lá. De repente, resolveu defender Casillas publicamente e reprovar a atitude do treinador. Pelo visto, para Mourinho era importante que o mandato "tampão" de Rafa Benitez em Londres não fosse tão ruim. O último requisito era que o Chelsea estivesse na Champions no ano que vem. Parece que a vitória de sobre o Manchester, ontem, aproxima o português de Stamford Bridge. Não acho que seja uma grande notícia para Oscar.
Edu: Fico imaginando com que petulância o português vai chegar para seu segundo ciclo em Stamford Bridge. Volta por cima, supersalário, quase plenos poderes. E justo agora que aquele time começou a jogar direitinho, com bola no chão, habilidade, velocidade. Aí chega o Mou com sua tropa de choque. Temo pelo que vai acontecer no vestiário que tem muitas cobras criadas e temo não só por Oscar, mas também por jogadores como Mata e Hazard.
Carles: Além da pouca predileção pelo jogo jogado, Mou parece ter pouca simpatia pelos futebolistas brasileiros (faz um tempo isso seria uma redundância). Temo que os espanhóis tampouco serão muito bem vistos pelo português a partir do seu passo pelo Madrid. Oscar e Juanin Mata não devem estar muito felizes. Quem talvez recupere o espaço que nunca teve no Madrid seja Kaká com Ancelotti. Se é que o xeique do Paris resolve liberar o homem do cativeiro.
Edu: O vestiário de Madrid será o contraponto do Chelsea. Depois da terra arrasada do lusitano, qualquer um que chegue agora é bem-vindo. Esse episódio do Pepe, que até outro dia era um dos cavalos de troia de Mou no ambiente liderado por Iker e Sérgio Ramos, expõe definitivamente a repulsa represada no elenco. Nem sei se Ancelotti tem gabarito para refazer o Madrid, mas certamente terá a colaboração dos grandes jogadores porque é um cara acostumado a trabalhar com estrelas sem querer aparecer mais do que elas.
Carles: Pelo visto, Mourinho segue sendo capaz de dar duas alegrias, quando chega e quando vai embora. Só isso já causa alívio no vestiário merengue. A reconstrução não vai ser fácil. Imagino que a tendência seja a de Casillas voltar a ser titular. Este fim de semana parece ter sido muito movimentado para o representante de Diego López. Falava-se do interesse do Milan. Acho que Carlo tem muito trabalho pela frente.
Edu: Isso se na última hora não pintar um alemão em Chamartín. Jupp Heynckes já levantou uma Champions por lá e Klopp, o alegrão, é o nome da moda, embora seja difícil abandonar aquele projeto transformador e bem oxigenado de Dortmund. Além disso, não sei se um sujeito desencanado como ele se daria bem com as raposas do entorno de Florentino Peres. No fim das contas, deve sobrar para o italiano mesmo.
Carles: Só pinta alemão se não liberarem o Ancelotti. E seria muita burrice segurá-lo à força, ou mesmo pela força do contrato. Heynckes desempregado, talvez, mas não foi muito bem tratado quando esteve por lá. Klopp eu acho capaz de dizer não ao Madrid.  Não o vejo fora da Alemanha pelo menos por agora, quando a coisa começa a ficar interessante por lá. Aliás, perguntado sobre quais jogadores e treinadores destacaria, o risonho alemão falou bem de Messi, Del Bosque e outros habituais, só que quis destacar de verdade dois dos favoritos do 500 a.C., o atacante asturiano Michu do Swansea e o treinador francês da Real Sociedad, Montanier. Talvez ele se sinta identificando com o trabalho desde o anonimato.
Edu: Não tem a cara de Chamartín, definitivamente. E, de qualquer forma, não receberia o mesmo elenco, que deve passar por um razoável desmanche. Imagino que caras muito próximos a Mou, como Coentrão, Essien e Di Maria, devem ser rifados sumariamente. Higuain, Pepe, talvez Benzema e até mesmo Kaká e Khedira podem ter problemas para continuar ou por influência da torcida ou pelo peso dos altos salários. A impressão que dá, neste momento, é de que haverá mais mudanças em Madrid do que em Barcelona. Inclusive porque nessa história de assinar cheques a mão de Florentino é bem mais nervosa que a de Rossell.
Carles: Pois eu aposto na continuidade de Kaká. Benzema e Coentrão devem sair e Essien é o tipo de jogador que aguentaria ficar encostado, esperando o chamado de Daddy, como ele trata Mou, para terminar a carreira no Chelsea. E não é que Rossell não adore uma transação financeira, mas sabe que a nação blaugrana está de olho e não consente leviandades. O pragmatismo italiano já obteve seus frutos quando da passagem de Fabio Capello por Madrid e é o objetivo, mais que objetivo, obsessão de Florentino. 99% de chances para Ancelotti.
Edu: Claro, só faltava esse seu toque catalão, nada tendencioso... Vamos ver o que vai rolar em junho, o mês do desmanche, tanto no Camp Nou quanto no Bernabeu.

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