Edu:
Em matéria de dinheiro na mão, acho até que vai ser um grande negócio para o
Special One. Mas o português parece que vai deixar a Espanha sendo unanimidade
nacional. Até o Pepe roeu a corda. Impressionante a capacidade que tem esse
luso de ser odiado em progressão geométrica.
Carles: Ou
Pepe foi o último a dar-se conta de uma situação evidente ou então achou que ia
jogar no lugar do Terry o ano que vem nos blues, sei lá. De repente, resolveu
defender Casillas publicamente e reprovar a atitude do treinador. Pelo visto,
para Mourinho era importante que o mandato "tampão" de Rafa Benitez em
Londres não fosse tão ruim. O último requisito era que o Chelsea estivesse na
Champions no ano que vem. Parece que a vitória de sobre o Manchester, ontem,
aproxima o português de Stamford Bridge. Não acho que seja uma grande notícia
para Oscar.
Edu:
Fico imaginando com que petulância o português vai chegar para seu segundo
ciclo em Stamford Bridge. Volta por cima, supersalário, quase plenos poderes. E
justo agora que aquele time começou a jogar direitinho, com bola no chão,
habilidade, velocidade. Aí chega o Mou com sua tropa de choque. Temo pelo que
vai acontecer no vestiário que tem muitas cobras criadas e temo não só por
Oscar, mas também por jogadores como Mata e Hazard.
Carles:
Além da pouca predileção pelo jogo jogado, Mou parece ter pouca simpatia pelos
futebolistas brasileiros (faz um tempo isso seria uma redundância). Temo que os
espanhóis tampouco serão muito bem vistos pelo português a partir do seu passo
pelo Madrid. Oscar e Juanin Mata não devem estar muito felizes. Quem talvez
recupere o espaço que nunca teve no Madrid seja Kaká com Ancelotti. Se é que o xeique
do Paris resolve liberar o homem do cativeiro.
Edu:
O vestiário de Madrid será o contraponto do Chelsea. Depois da terra arrasada
do lusitano, qualquer um que chegue agora é bem-vindo. Esse episódio do Pepe, que
até outro dia era um dos cavalos de troia de Mou no ambiente liderado por Iker
e Sérgio Ramos, expõe definitivamente a repulsa represada no elenco. Nem sei se
Ancelotti tem gabarito para refazer o Madrid, mas certamente terá a colaboração
dos grandes jogadores porque é um cara acostumado a trabalhar com estrelas sem
querer aparecer mais do que elas.
Carles:
Pelo visto, Mourinho segue sendo capaz de dar duas alegrias, quando chega e
quando vai embora. Só isso já causa alívio no vestiário merengue. A
reconstrução não vai ser fácil. Imagino que a tendência seja a de Casillas
voltar a ser titular. Este fim de semana parece ter sido muito movimentado para o
representante de Diego López. Falava-se do interesse do Milan. Acho que Carlo
tem muito trabalho pela frente.
Edu:
Isso se na última hora não pintar um alemão em Chamartín. Jupp Heynckes já
levantou uma Champions por lá e Klopp, o alegrão, é o nome da moda, embora seja
difícil abandonar aquele projeto transformador e bem oxigenado de Dortmund.
Além disso, não sei se um sujeito desencanado como ele se daria bem com as
raposas do entorno de Florentino Peres. No fim das contas, deve sobrar para o
italiano mesmo.
Carles:
Só pinta alemão se não liberarem o Ancelotti. E seria muita burrice segurá-lo à
força, ou mesmo pela força do contrato. Heynckes desempregado, talvez, mas não
foi muito bem tratado quando esteve por lá. Klopp eu acho capaz de dizer não ao
Madrid. Não o vejo fora da Alemanha pelo
menos por agora, quando a coisa começa a ficar interessante por lá. Aliás,
perguntado sobre quais jogadores e treinadores destacaria, o risonho alemão falou
bem de Messi, Del Bosque e outros habituais, só que quis destacar de verdade
dois dos favoritos do 500 a.C., o atacante asturiano Michu do Swansea e o
treinador francês da Real Sociedad, Montanier. Talvez ele se sinta
identificando com o trabalho desde o anonimato.
Edu:
Não tem a cara de Chamartín, definitivamente. E, de qualquer forma, não
receberia o mesmo elenco, que deve passar por um razoável desmanche. Imagino
que caras muito próximos a Mou, como Coentrão, Essien e Di Maria, devem ser
rifados sumariamente. Higuain, Pepe, talvez Benzema e até mesmo Kaká e Khedira
podem ter problemas para continuar ou por influência da torcida ou pelo peso
dos altos salários. A impressão que dá, neste momento, é de que haverá mais
mudanças em Madrid do que em Barcelona. Inclusive porque nessa história de
assinar cheques a mão de Florentino é bem mais nervosa que a de Rossell.
Carles:
Pois eu aposto na continuidade de Kaká. Benzema e Coentrão devem sair e Essien
é o tipo de jogador que aguentaria ficar encostado, esperando o chamado de
Daddy, como ele trata Mou, para terminar a carreira no Chelsea. E não é que
Rossell não adore uma transação financeira, mas sabe que a nação blaugrana está
de olho e não consente leviandades. O pragmatismo italiano já obteve seus
frutos quando da passagem de Fabio Capello por Madrid e é o objetivo, mais que
objetivo, obsessão de Florentino. 99% de chances para Ancelotti.
Edu:
Claro, só faltava esse seu toque catalão, nada tendencioso... Vamos ver o que
vai rolar em junho, o mês do desmanche, tanto no Camp Nou quanto no Bernabeu.
Nenhum comentário:
Postar um comentário